Olímpiadas da guerra- a exclusão dos atletas russos das competições internacionais
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Fonte: The Toronto Star |
Os jogos olímpicos de Paris têm data marcada para o verão de 2024, contudo a questão mais marcante nestes últimos meses têm sido a exclusão dos atletas russos e bielorrussos. A invasão da Ucrânia pela Rússia determinou as sanções que poderiam vir a impedir estes atletas de participar nas principais competições nacionais , a começar pelos jogos de Paris. Já no ano passado, a Confederação europeia de futebol decidiu mudar a final da liga dos Campeões, que iria acontecer em São Petersburgo.
Os jogos Paralímpicos de inverno em 2022, sob a alçada de Pequim, foram os primeiros em que o Comité Paralímpico Internacional (IPC) decidiu que os atletas russos não poderiam participar na competição devido à invasão da Rússia pela Ucrânia. Nessa altura, o próprio presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, apelou que as federações desportivas excluíssem osatletas russos e bielorussos das restantes competições internacionais. Contudo o apelo não foi surpreendente, tendo em conta que a Rússia já se encontrava numa posição desfavorável perante o COI desde o escândalo de doping que envolveu os atletas do país em 2014.
Apesar disso, no começo da discussão sobre a mesma suspensão para os Jogos Olímpicos de Paris, o presidente descartou a possibilidade de os atletas russos não poderem participar. Já antes de anunciar uma decisão definitiva, recomendou a participação destes atletas a nível individual nas competições internacionais. As constantes mudanças de posição podem ser explicadas pela pressão mediática e política de que o Comité está a ser alvo durante esta tomada de decisão. A pressão de um grupo de países, incluindo Portugal, que ameaçam boicotar os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, se o Comité Olímpico Interncional autorizar a participação dos atletas russos e bielorussos. O movimento que conta com países como França, Grã-Bretanha, Suécia e Polónia, pretende que o COI clarifique a neutralidade exigida para poderem estar nos Jogos Olímpicos de Paris e, o apoio ao afastamento dos atletas russos enquanto a guerra durar. Ainda o COI afirmou que "os atletas não podem ser castigados pelo o que fazem os governos dos seus países". Também a ANOC, Associação dos Comités Olímpicos Africanos, afirmou no mês passado que os políticos não podem exercer poder sobre o desporto que se baseia em valores de paz e solidariedade e que, os atletas devem poder participar desde que não tenham apoiado ativamente a Guerra na Ucrânia.
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