White House 2024: The whole world is watching

 As eleições americanas irão ocorrer somente em 2024, porém a corrida à Casa Branca e a disputa pelo poder e chefia de uma das nações mais  influentes do planeta já teve início, com muitos anúncios e rumores de pré-candidaturas, entre eles o de Donald Trump, ex-presidente Norte Americano, da ex- embaixadora do país na ONU, Nikki Haley, Ron Desantis, governador da Flórida e do atual presidente, Joe Biden; Entre trocas de insultos e  discussões ideológicas, o resto do mundo acompanha com preocupação o desfecho deste processo, e o impacto da possível política externa de cada candidato no panorama da ordem mundial vigente.



Fonte: CNN (2023)

Após a vitória de Joe Biden, em 2020, e de uma campanha repleta de temas, tais como a pandemia e o racismo, e de um ataque ao capitólio dos EUA, no dia 6 de janeiro de 2021, por parte de apoiantes do candidato derrotado, Donald Trump, para alterar os resultados da eleição, os Estados Unidos encontravam-se num autêntico turbilhão político, social, sanitário e diplomático.

No que diz respeito às relações externas, tópico central desta análise, a presidência de Trump teve um mandato caracterizado pelo slogan “America First” ou a “América Primeiro”, que representa o adotar de políticas extremamente isolacionistas e conflituosas com outras nações e estados, tais como, a proibição da entrada de cidadãos de alguns  países muçulmanos, a retirada dos EUA do Acordo Climático de Paris, uma ameaça de guerra nuclear com a Coreia do Norte, o que culminaria numa cimeira bilateral em Singapura , entre os dois países, uma guerra comercial com a China, a construção de uma embaixada em Jerusalém, reconhecendo esta como capital de Israel, o rasgar do acordo nuclear com o Irão, assinado na era Obama e uma aproximação à Rússia.

Com a entrada de Biden na Casa Branca, os rumos da política externa americana mudaram radicalmente, usando o presidente eleito também um slogan, neste caso “America is Back”, ou a “América está de volta”, algo visível em ações, como a re-adesão dos Estados Unidos ao Acordo de Paris e à OMS, com o objetivo de posicionar o país no centro do mundo, como o líder no combate ao Covid-19 e às alterações climáticas; porém, nem tudo é um mar de rosas, e há que reconhecer que a política externa desenhada para a classe média nesta atual gestão, é semelhante à anterior em partes, tais como o retirar todas as tropas americanas de território afegão, de forma aparatosa e desordenada que deixou o país entregue aos Talibã, comprometendo a democracia do país, e também a manutenção de tarifas sobre o aço e o alumínio em relação à UE e de sanções económicas a Cuba.

Em 2022, ano de midterm elections, a Ucrânia foi invadida pela Federação Russa, no mês de fevereiro. Este acontecimento levou a que a opinião pública permanecesse mais consensual do que nunca, com cerca de 60 a 80% de democratas e republicanos a achar que valia a pena o sacrifício de apoiar a Ucrânia, fazendo frente à Rússia; o mesmo se aplicou para questões, como o apoio a Taiwan, perante a ameaça chinesa, e ao fortalecimento da NATO.

Apesar de tal apoio, o establishment foi desafiado nestas suas visões mais intervencionistas, com apoiantes do ex-presidente republicano a serem eleitos para o congresso e a criarem uma nova ala no GOP, favorável a Putin, defensora de uma não-colaboração com os esforços defensivos da Ucrânia, adotando uma postura mais isolacionista a nível de foreign policy, o que nos traz a 2024.

Para além dos ex-presidentes, outros 2 candidatos se destacam, no lado republicano: Nikki Haley e Ron Desantis; a ex-embaixadora na ONU, adota uma posição internacional similar à de Eisenhower, vendo os EUA como um bastião de combate à agressão Russa e Chinesa, defendendo os esforços de ajuda à Ucrânia, já o governador da Flórida é mais enigmático. Desantis aparenta fazer jogo duplo, já que defende que o dinheiro enviado à Ucrânia deveria ser mantido em solo americano, e utilizado no combate ao tráfico de drogas e imigração ilegal na fronteira Mexicana, e vê a China como o grande inimigo americano atual, adotando posturas populistas e isolacionistas, porém, no passado, já advogou o armamento da Ucrânia, em 2014, durante a luta pela Crimeia, e é um defensor de uma política “go big and stay home”, ou seja ter uns EUA fortes internacionalmente, porém sem envolvimento direto no mundo.


Fonte: The Telegraph (2023)

O mundo assiste com preocupação às eleições americanas, não sabendo se os EUA adotarão uma postura populista e isolacionista, se manterão o grau de abertura externa, encabeçado por Biden, ou se o “enigmático diplomata” Ron Desantis será eleito, o que é de deixar qualquer um apreensivo com a forma que o “país líder do mundo livre” poderá vir a conduzir-se internacionalmente, durante 4 anos.  

Comentários

Mensagens populares